
Homens preferem puritanas para se relacionar? O passado sexual da mulher ainda é um valor, apesar de muitas vezes velado
Nunca se falou tanto em liberdade sexual feminina. Se, na teoria, as mulheres têm o mesmo direito de expressar e exercer a sexualidade, na prática, ainda ganham rótulos como “rodadas” ou “vadias”. Afinal, nos dias de hoje, os homens continuam desejando virgens ou puritanas para se relacionarem?
Você concorda com a frase: “tem mulher que é para casar, tem mulher que é para cama”?
Para o psicólogo Breno Rosostolato, especialista em sexualidade e professor de psicologia da Faculdade Santa Marcelina, de São Paulo, as raízes culturais do machismo ainda são muito presentes na sociedade brasileira e influenciam os ideais masculinos. “Muitos homens sonham com mulheres virgens ou que, pelo menos, tenham tido poucos parceiros”, diz.
O histórico sexual ainda é um valor, apesar de muitas vezes velado, que conta para alguns homens na hora de se relacionar. É o caso de Lorenzo Bassan, 33 anos, corretor de imóveis do Rio de Janeiro. Ele assume ter preferência por mulheres com poucas experiências. “Encontro mais afinidade com mulheres que tenham tido poucos relacionamentos”, afirma. Para ele, essa não é uma questão de gênero. “Se fosse mulher, também me sentiria melhor com alguém que não tivesse ficado com mil pessoas antes de mim.”
Guerra dos sexos
Segundo a pesquisadora Terri Fisher, professora de psicologia da Universidade Estadual de Ohio, campus de Mansfield, nos Estados Unidos, o comportamento sexual fora de um relacionamento sério ainda é considerado mais aceitável para homens do que para mulheres. Os estereótipos relacionados ao gênero, como a ideia de que o homem deve ter mais experiências sexuais do que a mulher, apareceram no estudo mais recente de Terri, realizado em 2013, com 293 universitários de 18 a 25 anos.
Na pesquisa, os rapazes reportaram maior quantidade de parceiras do que tiveram em realidade, enquanto as garotas fizeram o contrário. “As mulheres com frequência sentem vergonha do seu número de parceiros”, fala a professora norte-americana. Fonte: 19Yannik D´Elboux; Do UOL, em Rio de janeiro
08/07/201507h15